sábado, 26 de junho de 2010

Ele fixara em Deus aquele olhar de esmeralda diluída, uma leve poeira de ouro no fundo. E não obedeceria porque gato não obedece. Às vezes, quando a ordem coincide com sua vontade, ele atende mas sem a instintiva humildade do cachorro, o gato não é humilde, traz viva a memória da sua liberdade sem coleira. Despreza o poder porque despreza a servidão.
Nem servo de Deus.
Nem servo do Diabo.
Lygia Fagundes Telles

3 comentários:

Vanessa Souza disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Ana Cecília Moura disse...

Eu AMOOOOOOOOO a Lygia!!!! Com toda a efusividade possível. Dei seu nome à minha filha. Tenho livro autografado em que, vezenquando, passo os dedos sobre a caligrafia para ver se capto um pouco do que ela é.
Nossa natureza é felina, não? É para poucos ser gato. Como vc diz, o preço é alto.
Besitos, guapo.

Ana Cecília Moura disse...

Saudade dos teus escritos...